Aceito sugestões para títulos .-. Um manuscrito antigo, conta a história de um velho que morava numa cabana perto ao litoral. Nunca se vira o velho saindo de sua cabana. Não era possível saber se o velho estava morto ou se demonstrava placidez. Diziam que para se alimentar, comia insetos que ele achava no chão da sua cabana. Quero dizer-vos que os moradores por sussurros, fofocas e prédicas inferiram ingenuamente que o velho era uma assombração, isso, talvez pelo simples obséquio humano. Escreviam-no cartas de medo, pedindo ao "espirito" que fosse embora para não os machucar. Cartas como essas, foram mandadas pela minoria. A outra parte dos moradores preferiam escrever cartas dizendo o quão ele pode ser terrível, descreviam-no de forma abominável. Nunca ousaram tocar na cabana, pois apesar do sentimento de aversão, o medo predominava. Não sabiam se ele lia as cartas, ou mesmo se sabia ler, mas continuavam a mandar. Em um certo dia, um jovem obstinado com a expulsão do velho foi até sua cabana. Na frente da mesma viu o desenho de um idoso, com uma mensagem: "Vós veem-me como um monstro. Porém à partir do momento que olham minha aparência, imagino se continuarão à ver a imagem de monstro, ou se a perspectiva virá de ser a de uma pessoa qualquer." O vento, num sopro repentino, levou a folha de papel, mas a ignorância dos moradores, resistiu. Os acontecimentos continuaram a se repetir, e gradualmente, uma tradição foi se estabelecendo. Tempo indeterminado se passa. Ele lia as mensagens com desânimo e já passava a acreditar no que falavam. O idoso, abalado fisicamente, estava à se sentir diferente, peculiar, mas não sabia ele que era no mais pleno sentido da palavra "peculiar". Resolveu, por fim. Saiu de seu lar que o aconchegou por décadas e foi à vila. Seu intuito era de ir embora daquele lugar. Encontrou um armazém, onde costumava a ir quando jovem. Tocou a campainha. - Entres tu. - disse o responsável pelo armazém - O que quer... -Ao velho entrar, o dono se interrompeu com surpresa. O mesmo que estava em estado de choque, saiu correndo pela porta, quase derrubando o idoso. Perplexo, olhou-se pelo espelho e nada mais viu que uma assombração, um espírito, um male, aquilo que acreditava ser, aquilo que descreveram nas cartas. Olhou uma última vez para a paisagem através das janelas. Ele nunca mais viu um céu tão azulado, nunca respirou um ar tão límpido. Agachou e se deitou, teve um bom sono. Sua morte foi tranquila, mas os acontecimentos que levaram à ela, nem tanto.