Nick: DodgerBr_ Os eventos narrados abaixo aconteceram comigo a 9 anos. "Quando eu era criança, tinha a impressão de estar morando em uma casa estranha. E não era à toa, pois, muitas coisas fizeram-me ter um pouco de medo de morar aqui: o antigo proprietário era um traumatologista que guardava ossadas de esqueletos humanos para estudos, um longo corredor estende-se desde a porta até o quintal e que projeta sombras as quais vem da área de serviço e o térreo sombrio e macabro, onde a família do meu pai guardava tralhas e outras coisas (incluindo um machado). Um dia, eu estava voltando da escola durante a tarde. Nada anormal, por enquanto. Peguei as chaves, abri a porta, fechei e subi as escadas encarando o corredor. Meus pais estavam no trabalho e não se ouvia um só ruído na casa. Naquela época, minha família havia comprado recentemente um computador e ele ficava no quarto dos meus pais, de frente para a porta. Sem nada para fazer, joguei a mochila num canto e liguei o PC para ver se descobria algum programa novo ou algo assim. Devo dizer que eu deixava a porta do quarto aberta para a circulação do ar, portanto, dava para ver um pedaço do corredor. Inseri a senha e loguei. Acessei um programa e, durante a inicialização dele, a tela do computador ficou negra por uns segundos. A tela era de LCD (Tela de Cristal Líquido) e isso a fazia funcionar quase como um espelho. Então, meus olhos vasculharam a tela preta e vislumbrei algo branco passando rapidamente pelo corredor. Um vulto. Olhei pelos ambros, assustado, e vi de novo. Passou outra vez. Em meu estupor, pensei em todas as explicações possíveis para o que eu acabara de ter visto. Um pano, um passáro. Não. Não havia ninguém na casa, exceto eu, e todas as portas estavam trancadas. Isso não durou nem dez segundos. Corri para a porta e olhei nervosamente para o corredor: algo negro passara pela parede. Outro vulto, desta vez negro. Quase transparente no brilho do pôr-do-sol. Não perdi mais tempo e tranquei a porta e as janelas, desliguei o PC e sentei-me de costas para o armário, aterrorizado. Horas depois, minha mãe chegou e não ousei abrir a porta até que ela batesse. Abri e então contei a ela o que havia acontecido. E é claro, ela não me levou a sério. Mas eu não imaginei aquilo tudo. Algo maligno pairou na casa naquela tarde ensolarada. Ao longo dos anos, deixei de sentir medo de algumas coisas, mas aquele episódio continua gravado na minha memória. Aquele dia foi o primeiro em que vi algo assustador, e espero que tenha sido o último."